Durante a campanha presidencial de 2022, o presidente Lula usou a simbólica imagem do churrasco com picanha como promessa de melhora econômica e social ao povo brasileiro. A declaração acenava para um tempo de fartura, acessível novamente às famílias mais humildes. No entanto, a realidade em 2024 tem se mostrado distante dessa expectativa, com os preços das carnes atingindo patamares elevados, pesando no bolso dos brasileiros e tornando o tradicional churrasco cada vez mais inacessível.
Os preços das carnes registraram o maior aumento mensal de preços em 4 anos, mostram os dados do Índice Nacional de Preços ao Consumidor (IPCA) de outubro divulgados pelo Instituto Brasileiro de Geografia e Estatística (IBGE) no último dia 8.
E os dados recentes são de que o preço da carne subiu pelo sexto mês consecutivo, puxando a alta da cesta básica. Há cidades, por exemplo, que a cesta básica chegou a R$ 754,55, um valor recorde para muitas famílias de baixa renda. O aumento dos preços das proteínas é o principal fator que impacta a inflação alimentar no país, refletindo falhas na política econômica do governo e uma pressão constante sobre o orçamento familiar.
O cenário é agravado por exportações recordes, que diminuem a oferta no mercado interno. Em outubro de 2024, as exportações de carne bovina cresceram 27% em comparação ao mesmo período de 2023, beneficiando o setor produtivo, mas deixando os consumidores brasileiros à mercê da alta demanda internacional e de uma oferta limitada no mercado doméstico. Como consequência, cortes nobres como a picanha e o contrafilé, que eram símbolo de esperança durante a campanha, tornaram-se bens de luxo.
Em resposta à crise, o presidente Lula tentou minimizar o problema, afirmando que o preço das carnes já começou a baixar e prometendo novos esforços para estabilizar a situação.
Contudo, a percepção pública como a alta do dólar, desequilíbrios nas contas públicas, Estatais com prejuízos, taxações, alta da taxa selic, além de outros desarranjos do governo petista, demonstra que as políticas econômicas adotadas até o momento têm falhado em conter a inflação, especialmente no setor de alimentos.
O impacto dessa alta é ainda mais significativo em momentos culturais e tradicionais para o brasileiro, como o churrasco de domingo ou as comemorações de fim de ano. O consumidor que ia ao mercado em busca de um bom corte de carne hoje precisa repensar suas compras, optando por proteínas mais baratas ou reduzindo drasticamente a quantidade. Há evidências de uma crise econômica que o governo não tem conseguido mitigar.
Portanto, enquanto o governo petista alega estar trabalhando em soluções de médio e longo prazo, a dura realidade para a população é um cenário de inflação persistente, perda de poder de compra e frustração.
A promessa do churrasco com picanha pode ter sido uma boa peça retórica de campanha, mas, na prática, revela-se um símbolo do descompasso entre discurso e realidade. O sonho virou um desafio, e a luta por uma mesa farta tornou-se um dos maiores reflexos das dificuldades enfrentadas pelo povo brasileiro.