Na quinta-feira, 21/11, o destino jurídico da Nação pode ser, de certa forma assegurado, através de uma reorientação da voz da Advocacia para resgatar no país, valores humanos, sociais, políticos, familiares, etc., bem como, circunstâncias pessoais ou contextuais, que dependem do Direito para serem protegidas e projetadas com segurança jurídica, eficácia e eficiência. As eleições na Ordem dos Advogados pode ser definitiva nesse sentido!
De fato, desde os bancos da São Francisco - Faculdade de Direito da USP - lembro-me de ir à sede da OAB, quase vizinha, onde meu pai era também conselheiro, para ouvir debates e palestras, que realmente suscitavam forte reflexão e impactavam a prática, buscando caminhos jurídicos sólidos para as diferentes questões.
Ao voltar a advogar, após anos nos Estados Unidos e uma temporada como Secretária Nacional da Família, pude comprovar o quanto a OAB tinha perdido voz e até mesmo respeito, por seu ativismo político- partidário/ideológico, sem desmerecer, porém, o trabalho de tantos que seguem lutando por preservar a instituição.
Nesse sentido, tendo também em conta o momento crítico pelo qual passamos, ou seja, a meu ver, a maior crise jurídica que vivenciamos no país, onde a lei já não significa o que dispõe, aceitei candidatar-me à Vice-Presidência da Chapa 11 na OAB/SP, compondo uma equipe experiente, que compartilha ideias e ideais, trajetória acadêmica e um tradicional amor à advocacia e à Ordem - pela ordem!, desejosa de resgatar seu papel fundamental de porta voz do Direito como instrumento de justiça, representando a classe como um todo e a sociedade em suas demandas jurídicas.
Um órgão firme, coeso - ainda que plural -, e profissionalmente competente poderá efetivamente, dialogar, a começar pelos tribunais superiores, bem como, ser ouvido com confiança pela sociedade civil.
Por outro lado, como boa liderança, nossa Chapa deseja focar primeiramente nos seus, apoiando as diferentes circunstâncias no exercício da profissão, desde a projeção da mulher e também sua maternidade; prospecção profissional do idoso; inclusão das pessoas com deficiência, que são sempre dotadas de tanto potencial; igualdade racial -uma riqueza! - , formação acadêmica de nível; inserção no mercado de trabalho; serviços qualificados e anuidade revisada e acessível, adaptável às distintas situações.
Assim nossos advogados estarão também melhor preparados para cumprir com a missão a nós atribuída pela Constituição, em seu artigo 133, como indispensáveis administradores da justiça. Nesse sentido, também trabalharemos juntos para exigir nossas prerrogativas e as devidas condições para que todos tenham acesso à ela.
Termino dizendo que tive a imerecida sorte de ter pais e irmãos dedicados ao Direito, de forma ética, trabalhando incansavelmente pelo Estado Democrático de Direito e com a vontade constante - definição da virtude da justiça! - de dar a cada um o que é devido, a começar de um tratamento humano e respeitoso.
Alegra-me pensar que me uno a um time que compartilha os mesmos anseios, para que possamos juntos cuidar da Ordem rumo à consecução de uma ordem social justa. Nesse momento, cabe bem evocar, em todos os sentidos, o adágio agostiniano: “Guarda a ordem e ela te guardará!”
Angela Vidal Gandra da Silva Martins, professora de Filosofia do Direito da Universidade Mackenzie, é sócia da Gandra Martins Law, gerente Jurídica da Faesp, presidente do Instituto Ives Gandra de Direito, Filosofia e Economia e ex-secretária nacional da Família do Ministério da Mulher, da Família e dos Direitos Humanos.