A CIDADE.
São 159 anos!
No contexto da nação, quando Cabral ia para as Índias e acabou apontando a luneta para o pico errado, não são tantos anos assim...
Num outro contexto, tomando cidades como Bauru e Marília (jovens e progressistas), somos avós, pisando miudinho o chão do desenvolvimento.
Avaré é a cidade do nosso encanto. Quem bebe de sua fonte a ela recorre, bálsamo que é.
Dos que nos visitam, a impressão que levam é a melhor possível: a cidade é bonita por natureza. Seu entorno, com a represa Jurumirim alargando o horizonte, é de tirar o fôlego. Aliás, todo o Vale do Paranapanema, visto do alto, não existe, tão belo é.
Urge que cuidemos desse entorno. Não dá para pensar a cidade apenas em seus limites urbanos... Ela é o todo. E o todo pede – “vocacionada” para o turismo – que a preservação se dê. Se bonita por natureza, cuidemos dessa natureza. Significa dizer: não podemos abrir ao progresso mentiroso que possa matar a galinha-de-ouro.
Conciliar crescimento e preservação é o nó da questão. É preciso desenvolver, sim. Mas de maneira sustentável, sem tirar do município o que o caracteriza e o distingue: suas belezas naturais.
Com 159 anos Avaré já está crescidinha para saber que não pode mais se fazer pela lei da gravidade. Ou seja: deixar acontecer. Tantos anos sem Plano Diretor, por exemplo, entortou-a. As enchentes anunciadas são consequências da falta de planejamento; a ocupação do solo de maneira irracional comprometeu áreas que deveriam ser preservadas. Perdemos muito, por insensatez ou burrice.
Muitas árvores (de lei!) ainda são derrubadas, muitos prédios históricos são derrubados e muitos outros apodrecem, sem que haja uma ação de recuperação, de preservação... Juntar essas pontas – Avaré do ontem e do hoje – é questão a ser resolvida.
Avaré ainda busca o seu espaço. Tem, a seu favor, potencial e disposição para crescer. Está no limiar de um novo tempo. É preciso reconhecer que muita coisa foi feita pelos nossos administradores. Mas muito ainda precisa ser feito para que possamos atingir a idade adulta.
São outros os tempos. Daí que o nosso esforço, no sentido de preservamos a cidade e fazê-la desenvolvida sem atropelar o que de melhor ela possui é o grande desafio desta jovem senhora cidade. (José Carlos Santos Peres).
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