Um dos maiores aprendizados que tive na juventude foi numa convenção partidária para as eleições municipais de Avaré.
Naquela época, como líder estudantil secundarista, pulsava ativismo. Nossas ações alçavam voos fora do muro escolar.
Combatíamos não a pandemia do Coronavírus, mas tínhamos um assunto delicado na época que era a disseminação da AIDS na cidade. Fazíamos campanha, distribuímos camisinhas e trabalhamos pela conscientização para frear a doença.
Partíamos, com diversos ônibus lotados de jovens, para participar de congressos em outras cidades. Lutamos pela construção do nosso prédio escolar (atualmente ocupado pela Delegacia Regional de Ensino), pois éramos colocados em salas emprestadas de outras unidades.
Ações e militância que me tornaram confiante, porém numa linha bem tênue da arrogância.
Com a proximidade das eleições vi um propenso candidato mudar de lado. Sairia de um partido com uma ideologia diferente da qual apoiávamos.
Numas das reuniões levantei a questão e, pela imaturidade juvenil, irritado pela situação, o afrontei diante de todos.
Ele, de maneira educada e polida, disse-me que compreendia minha indignação, mas que o momento era de festa e que deveríamos pensar o melhor para a cidade.
Trabalhamos na campanha, foi eleito e se tornou um dos melhores prefeitos de Avaré. Resolveu o problema da enchente no centro e reformulou a iluminação pública. Uma pena que na época não tinha reeleição, mas até hoje sua gestão e obras são referenciadas pelos atuais políticos da cidade. E para completar foi meu amigo e se tornou padrinho no meu casamento.
Assistindo nos dias atuais as convenções partidárias na nossa cidade vi as movimentações longe de uma articulação pensando a cidade, independente da ideologia.
Espero, profundamente, que esteja enganado mais uma vez. Mas o que vi até agora não empolga e a tão sonhada mudança de mentalidade política na cidade parece distante.
Wilson Claudio de Oliveira
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